quinta-feira, 26 de setembro de 2019

NAe São Paulo (A-12)


NAe São Paulo (A-12)
NAe São Paulo (A-12)
Carreira   Bandeira da marinha que serviu
Data de encomenda1955
Construção15 de novembro de 1957, França França
Lançamento23 de julho de 1960
Período de serviço15 de novembro de 2001 (Marinha do Brasil) a novembro de 2018
Estadoem processo de desativação
Emblema do navio
Seal of NAe São Paulo.jpg
Características gerais
Deslocamento27.370 ton (padrão) e 32.780 ton (carregado)
Comprimento266 metros
Boca50,70 metros
Calado9,60 metros
PropulsãoVapor,6 caldeiras La Valle de 45kg/m² a 450° C, 4 turbinas a vapor Parsons gerando 126.000shp, acoplados a 2 eixos.
Velocidade30 .nós
Autonomia7 500 mn
SensoresRadar de vigilância aérea DRVB-23B, radar de vigilância combinada DRVB-15, 2 radares aéreos DRBI-10 (3D), radar de navegação Decca TM-1226, radar de navegação Kelvin Hughes Type 1006, radar para aproximação para pouso NRBA-51, 2 radares de direção de fogo DRBC-32c,TACAN SRN-6, MAGRE ARBR-16 e ARBR-17.
Tripulação1 030 tripulantes
NAe São Paulo (A-12) é um porta-aviões da classe Clemenceau, que esteve a serviço da Marinha do Brasil, atualmente em processo de descomissionamento e desmontagem. O São Paulo foi encomendado em 1963, pela Marinha Francesa, batizado como Foch (R99). Foi transferido em 2000 para o Brasil, onde se tornou a nau-capitânia da Marinha do Brasil. Sob a identidade francesa, o gigante de 32,8 mil toneladas, 265 metros e 1.920 tripulantes atuou em frentes de combate na ÁfricaOriente Médio e na Europa, em apoio às tropas da coalizão nos conflitos dos Balcãs.[1]
Em dezembro de 2014, foi anunciado que o São Paulo iria continuar em serviço até 2039, quando o navio teria quase 80 anos. Durante sua carreira no Brasil, no entanto, o porta-aviões sofreu problemas e nunca conseguiu operar por mais de três meses sem necessidade de reparos e manutenção devidos.[2] Em 14 de fevereiro de 2017, a Marinha Brasileira anunciou que o navio seria desmobilizado e posteriormente desmantelado, pelos altos custos para uma atualização de um equipamento já considerado obsoleto

Nome[editar | editar código-fonte]

Este é o quinto navio da Marinha do Brasil a ostentar o nome em homenagem ao Estado e a cidade de São Paulo. Também receberam este nome o Vapor de Transporte São Paulo (1865), o encouraçado E São Paulo (1906) que não foi concluído, o também encouraçado E São Paulo (1907) e o RbAM São Paulo, rebocador que atuou na defesa do porto de Santos na Segunda Guerra Mundial. O lema e o brasão, Non ducor, duco (não sou conduzido, conduzo), são os mesmos da cidade de São Paulo e também foram usados pelo encouraçado E São Paulo (1907).

História[editar | editar código-fonte]

Foch (R99) a serviço da Marinha Francesa em 1992.
Ver artigo principal: Foch (R99)
Construído na França entre 1957 e 1960, serviu à Marinha da França como porta-aviões da Classe Clemenceau, sob o nome FS Foch, uma homenagem a Ferdinand Foch, comandante das tropas aliadas durante a Primeira Guerra Mundial.[1]
Adquirido pelo equivalente a 12 milhões de dólares norte-americanos em setembro de 2000, foi recebido operacional pela Marinha do Brasil em 15 de novembro desse mesmo ano, no porto de Brest, na França, quando teve passada a sua Mostra de Armamento.[1]
Com 50% mais velocidade e podendo transportar o dobro de aeronaves que o antigo NAeL Minas Gerais (A-11), o NAe São Paulo (A-12) opera aviões de ataque AF-1 e helicópteros, sendo hoje a capitânia da Armada. NAe é o acrônimo para Navio Aeródromo.

Acidente e reforma[editar | editar código-fonte]

Nae São Paulo durante teste de queimadores.
O porta-aviões chegou ao Brasil em 2001, e durante três anos atuou com certa normalidade. Em maio de 2004, no entanto, um duto da rede de vapor do A-12 explodiu, tirando a vida de três tripulantes e ferindo outros sete. Entre 2005 e 2010, o navio passou por um amplo programa de revitalização. Entretanto, deficiências nos motores, no eixo de propulsão e nas catapultas empregadas para lançar e recuperar as aeronaves foram se revelando mais graves que o esperado. O Almirantado decidiu então por contratar uma perícia de engenharia que pudesse definir a conveniência de se realizar uma espécie de reconstrução e o resultado foi negativo.[1][4]
Após cinco anos, em julho de 2010, o Nae São Paulo retornou ao setor operativo da esquadra revitalizado e com algumas modernizações. Quilômetros de tubulações de água, vapor e combustível foram substituídos, todo o seu convés foi raspado e recapeado, foram feitas obras estruturais nos conveses internos e externos. As catapultas e os sensores foram revitalizados. A propulsão passou por uma revisão geral, sendo que trabalhos foram realizados para solucionar a vibração em um dos eixos que causou a última docagem do navio. O sistema de ar condicionado foi modernizado e ampliado.Três lançadores Simbad para defesa aérea estão operacionais.
Voltou realizar testes fora da doca, no final de julho de 2010, e apesar da fumaça preta que foi vista a sair das suas chaminés, por ainda estar regulando seus queimadores, e procurando a mistura correta de ar/combustível para seus motores, estava encaminhado para voltar a testes de mar ainda em 2010. Em 2011, passou por testes, através da Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento (CIASA), para ser re-incorporado a Marinha do Brasil.
Em 2015, o governo chegou a anunciar que o navio aeródromo passaria por um programa de modernização planejado para durar até 2019. Com essa modernização, o navio teria a sua vida útil estendida por mais 20 anos, até 2039.[5]

Desativação[editar | editar código-fonte]

Caças A-4 Skyhawk no São Paulo em 2003.
Ex-presidente Lula da Silva e Marisa Letícia a bordo do porta-aviões em agosto de 2004.
Sikorsky SH-3 Sea King pousando no São Paulo em 2003.
Avião de ataque Skyhawk no porta-aviões.
NAe São Paulo em 2005.
Em 14 de fevereiro de 2017, a Marinha Brasileira decidiu desativar único porta-aviões da frota, alegando que o custo da modernização foi considerado excessivo pelo Almirantado, uma vez que o orçamento para a modernização do navio superou a marca de 1 bilhão de reais. O processo de desmobilização terá três etapas e será concluído em 2020. Os caças A-4 Skyhawk do Grupo Aéreo do São Paulo continuarão operando a partir da Base de São Pedro da Aldeia. O destino final do A-12 ainda não está definido. O tamanho do investimento para recuperá-lo dificulta uma negociação no mercado de material de Defesa.[1]
Excluído o plano de recuperação do porta-aviões, as prioridades de reequipamento da Marinha passam a ser os programas de construção de uma frota estratégica de submarinos, um dos quais de propulsão nuclear, e de novas corvetas médias da classe Tamandaré. Na próxima década, será lançado o projeto de desenvolvimento no Brasil, de um porta-aviões de tecnologia nacional, equipado com aviões de ataque brasileiros. Grande parte dos recursos de bordo, incorporados ao longo do tempo durante operações de atualização de sistemas, será removida e reinstalada em outras embarcações. A atualização dos jatos de ataque Skyhawk, a cargo da Embraer, será mantida.[1]
O destino final do São Paulo ainda é indefinido. O tamanho do investimento para recuperá-lo dificulta uma negociação no mercado de material de Defesa. Uma associação formada por entusiastas e ex-militares brasileiros e franceses, o Instituto São Paulo|Foch, pretendem transformá-lo em um navio-museu tendo uma área de exposições no convés e restaurantes, salas de aula, escritório e cinema no interior. Segundo os organizadores o plano ainda está na fase inicial e que ainda estão procurando parceiros e investidores para concretizarem o projeto.[6] O NAeL Minas Gerais (A-11), porta-aviões que antecedeu o São Paulo, acabou vendido como sucata no mercado internacional.[1][7]

Operações[editar | editar código-fonte]

Desde a sua incorporação, participou de diversas operações:
  • ARAEX-02 (operação conjunta com a Armada da Argentina),
  • URUEX-02 (operação conjunta com a Armada do Uruguai),
  • TEMPEREX-02,
  • TROPICALEX-02,
  • TROPICALEX-03,
  • ASPIRANTEX-03,
  • CATRAPO II/HELITRAPO II,
  • PASSEX (com o USS Ronald Reagan (CVN-76)), e
  • ESQUADREX-04.

Comandantes[editar | editar código-fonte]

  • CMG Antônio Alberto Marinho Nigro - (15 de novembro de 2000 – 9 de abril de 2002)
  • CMG Antônio Fernando Monteiro Dias - (9 de abril de 2002 – 19 de fevereiro de 2004)
  • CMG Luiz Henrique Caroli - (19 de fevereiro de 2004 - 16 de fevereiro de 2006)
  • CMG Resende - (16 de fevereiro de 2006 - 15 de fevereiro de 2008)
  • CMG Dibo - (15 de fevereiro de 2008 - 11 de fevereiro de 2010)
  • CMG José Renato - (11 de fevereiro de 2010 - 29 de fevereiro de 2012)
  • CMG Sérgio Fernando de Amaral Chaves Junior - (29 de fevereiro de 2012 - 29 de janeiro de 2013 )
  • CMG Alexandre Rabello Farias - (29 de janeiro de 2013 - 24 de fevereiro de 2015)
  • CMG Amaury Calheiros Boite Junior - (24 de fevereiro de 2015 -14 Fevereiro 2017)

Grupo Aéreo Embarcado[editar | editar código-fonte]

O Grupo Aéreo Embarcado do São Paulo pode ser composto por uma combinação diferente de aeronaves de acordo com a missão. Um grupo típico poderia ser formado por 10 a 16 aeronaves de ataque A-4 Skyhawk (AF-1), 4 a 6 SH-3A/B (ASH-3D/H) Sea King anti-submarino e 2 UH-13 Esquilo de emprego geral e/ou 3 UH-14 Super Puma. Na prática, nas operações realizadas pela Marinha do Brasil, o número é bem mais reduzido por problemas na disponibilidade dos AF-1 e pelo tempo de uso dos Sea King.

Características Gerais[editar | editar código-fonte]

  • Deslocamento (toneladas): 30 884 (padrão), 33 673 (plena carga)
  • Dimensões (metros): 266 x 51,2
  • Convés de Voo (metros): 266
  • Sistema de propulsão: caldeiras e turbinas a vapor de 126 000
  • Velocidade máxima: 32 nós (55 km/h)
  • Número de catapultas: 2
  • Tripulação: 1 030 homens
  • Aeronaves: pode transportar até 40 aeronaves de asa fixa e helicópteros.
  • Observação: A tripulação do navio é de 1 030 homens, mais 670 homens da ala aérea.
São Paulo é o maior navio de guerra do hemisfério sul, com 265 m de comprimento e 33 mil toneladas de deslocamento à plena carga.

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