domingo, 15 de abril de 2018

Paraquedista do Exército britânico- II



Atuação: Serra Leoa, África - 2000

Composto por três batalhões, o Regimento Paraquedista do Exército britânico é uma tropa de infantaria leve treinada para operações que exigem alta mobilidade em assaltos aéreos, seja a infiltração realizada por helicópteros ou através de saltos. O soldado desta tropa de elite representado ao lado está trajando um moderno uniforme denominado Sistema do Soldado de Combate do Exército Britânico 1995, ou simplesmente CS95. Utilizando do princípio de camadas, como os mais modernos uniformes militares, o CS95 disponibiliza uma gama de diferentes peças de vestuário: uma camisa de leve de algodão (T-shirt), um pulover de gola alta estilo norueguês, uma jaqueta de lã camuflada, uma blusa de manga comprida para qualquer tempo e por cima de tudo uma jaqueta camuflada, tipo parca, feita de Gore-Tex totalmente à prova de água. O CS95 apresenta também um novo sistema de fechamento das jaquetas, lançando mão de tiras reforçadas que permitem um maior conforto ao combatente e os bolsos, feitos de nylon pressurizado, mais resistentes para suportar o uso intenso. O soldado em questão está carregando um pacote completo em ordem de marcha, incluindo uma pesada mochila estilo Bergen. Ele veste a famosa boina vermelha, tradicional da unidade, e está equipado com o fuzil de assalto inglês SA80 de 5.56 mm com luneta padrão Trilux.
Desde sua criação, a história dos paraquedistas britânicos está repleta de ações onde a determinação e a bravura em combate foram uma constante. Uma destas intervenções ocorreu em maio de 2000, quando cerca de 800 homens do 1º Batalhão foram enviados para Serra Leoa na África, para reforçar as tropas de manutenção da paz da ONU naquele país. Embora sua tarefa principal fosse garantir o perímetro em torno do aeroporto da capital durante a evacuação de cidadãos estrangeiros, os paraquedistas também se envolveram em combate, particularmente durante uma missão de resgate de reféns de alto risco, a Operação Barras. Em agosto de 2000, membros de uma milícia armada conhecida como West Side Boys imprevisível e extremamente violenta, capturaram onze soldados do Royal Irish Regiment britânico, sendo que cinco deles foram logo libertados em troca de um telefone via satélite, porém muitos apresentavam marcas de tortura e haviam sido privados de água e comida durante seu cativeiro. O governo inglês percebeu que teria que agir rápido para salvar os reféns restantes. A missão de resgate, marcada para o dia 10 de setembro, foi denominada Operação Barras.
Uma unidade do Special Air Service (SAS) e 150 paraquedistas foram transportados em três helicópteros CH-47 Chinook apoiados por dois helicópteros armados Lynx, com destino a uma região dominada pelos guerrilheiros localizada a cerca de 80 km a leste da capital Freetown, uma aldeia chamada de Geri Bana, às margens do rio Rokel Creek, onde estavam os reféns. O ataque começou às 6:40h da manhã, quando os artilheiros das aeronaves abriram fogo sobre as posições dos rebeldes. Um dos Chinook, levando os membros da SAS e alguns dos paraquedistas, desceu na aldeia, enquanto os outros dois desembarcaram as tropas na margem oposta do rio, para prover cobertura e impedir a chegada de reforços. Os reféns foram rapidamente resgatados e o líder dos rebeldes, Foday Kallay, capturado. Ocorreram várias trocas de tiros, mas as tropas britânicas dominaram a situação graças à precisão do fogo de seus fuzis, metralhadoras e lançadores de granadas. Os reféns e Kallay foram evacuados da zona de combate, mas a batalha continuou até as 16:00h daquele dia. Quando os disparos cessaram, um membro do SAS estava morto e outro ferido. Em compensação, os rebeldes haviam perdido seu líder, 25 tinham sido mortos e 18 capturados. Todos os reféns foram salvos sem maiores ferimentos. Uma vez mais os paraquedistas de Sua Majestade responderam prontamente, cumprindo seu dever de forma exemplar.

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