Desenvolvido para atender a um requerimento do Exército italiano em meados da década de 70 como o primeiro helicóptero leve de ataque para qualquer condição de tempo, em operações diurnas ou noturnas, a incorporar um sistema de gerenciamento integrado totalmente computadorizado e redundante, para diminuir a carga de trabalho da tripulação e aumentar sua consciência situacional na arena de combate. O primeiro dos cinco protótipos do então designado A-129 Mangusta, impulsionado por duas turbinas Rolls-Royce Gem Mk.2-1004D fez seu voo inaugural em setembro de 1983. Três anos depois, os cinco estavam voando para os testes dos sistemas e para as certificações necessárias, e a primeira aeronave de série, de um lote inicial de 15 unidades de um requerimento total de 60 a serem entregues à Aviação do Exército, sairia da linha de produção no fim de 1987. Aparentemente planejava-se criar apenas dois esquadrões operacionais dentro do 49º Gruppo Squadroni "Capricornio", em Casarsa. Embora a fábrica da Agusta Westland tivesse capacidade para montar até dezoito aeronaves por ano, as entregas sofreram atrasos devido à falta de recursos da Aviação do Exército para adquirir os 60 sistemas de mísseis antitanque TOW da empresa americana Raytheon, que fariam parte do armamento original dos Mangusta. Em 2007, objetivando o mercado internacional, o helicóptero foi redesignado como AW-129, recebendo turbinas que produziam 40% a mais de potência e um rotor principal de cinco pás, ao invés das quatro originais. A estrutura do helicóptero é semi-monobloco, montada com painéis em liga de alumínio, sendo que os materiais compostos correspondem a mais de 50% do peso da fuselagem. A cabine, as turbinas e as pás do rotor principal e de cauda possuem uma proteção balística que pode resistir a tiros de armas até cal. 12.7 mm. Os cockpits do piloto e do atirador estão dispostos em configuração em tandem, com o atirador/co-piloto à frente e o piloto atrás, ambos equipados com capacetes HMD (helmet mounted display ou capacete com visor LCD que replica as informações dos sistemas da aeronave). As cabines estão equipadas com telas multifunção, que apresentam informações do sistema integrado de gerenciamento, produzindo imagens sintéticas de mapas com waypoints, dados de navegação, status dos armamentos, seleção de armas, comunicações e dados gerais de voo. O Mangusta está equipado também com um sistema automático de controle de voo que permite a navegação a baixa altitude seguindo os contornos do terreno e provê o necessário nível de estabilidade para uma mira precisa dos alvos.
A suíte de contramedidas eletrônicas inclue um RWR da Elettronica ELT-156, um aviso de iluminação laser BAE Systems RALM-101, um jammer infravermelho AN/ALQ-144A e um radar ELT-554. Para funções de reconhecimento e aquisição de alvos, o Mangusta possui uma mini câmera infravermelha FLIR, montada em uma plataforma móvel localizada no "nariz" da aeronave, cujas imagens são refletidas nos HMD com miras acopladas do piloto e do atirador, possibilitando o acompanhamento automático e preciso do alvo, podendo ser usada em ações de dia ou a noite. Um visor montado acima do mastro do rotor principal pode ser instalado, dando ao Mangusta a capacidade de acoplar alvos e disparar suas armas por cima de pequenas elevações ou árvores, sem se expor ao fogo inimigo. Sua carga bélica normal é de 1.200 kg, disposta em dois pilons em cada uma das pequenas asas, numa composição variada: oito mísseis TOW-2A ou HOT; ou seis mísseis Hellfire, Stinger, Mistral ou AIM-9 Sidewinder; até 52 foguetes cal. 70 mm ou 81 mm; ou pods com metralhadoras cal. 7.62 mm, 12.7 mm ou 20 mm. Para aumentar ainda mais seu poder de fogo, o Mangusta está equipado com um canhão de 3 canos tipo Gatling, cal. 20 mm, montado sob o "nariz" da aeronave em uma torreta giratória. Atualmente, os AW-129 são equipados com duas turbinas LHTEC-T800 de baixo nível de ruído, com empuxo unitário de 1.335 hp, que estão montadas separadamente de cada lado da fuselagem, com dois sistemas independentes de combustível, o que permite ao piloto voar apenas com uma das turbinas em caso de pane ou danos ao outro motor. A assinatura termal é minimizada pela instalação de supressores de calor nos sistemas de exaustão das turbina e os tanques de combustível são resistentes a impactos e auto-selantes para o caso de serem perfurados, aumentando assim a segurança e o nível de sobrevivência da aeronave e de sua tripulação quando da execução de suas missões de combate. O AW-129 Mangusta como um helicóptero de ataque multifunção está perfeitamente equipado para executar missões de reconhecimento armado e vigilância, engajamento e destruição de alvos terrestres de grande valor estratégico, escolta armada de comboios no solo ou de helicópteros de transporte, apoio de fogo e supressão de ameaças aéreas. E estas características permitiram que os A-129 do Exército italiano fossem empregados com sucesso em operações da ONU na Somália, em Angola e no Kosovo ou como parte das forças de coalizão no Iraque (Operação Iraq Freedom) e no Afeganistão (NATO International Security Force - ISAF). Em setembro de 2007, a Turquia encomendou 51 unidades (mais 41 opções) do Mangusta a serem montados naquele país, com a designação local de T-129. O Exército Brasileiro efetua estudos para uma futura aquisição de helicópteros de ataque para sua Aviação e o AW-129 Mangusta está sendo considerado como uma das aeronaves que atendem plenamente aos requisitos da Força.
Origem
|
Itália
| |||
Dimensões
|
comprimento: 14,3 m / altura: 3,3 m
| |||
Peso
|
5 toneladas
| |||
Velocidade
|
294 km/h
| |||
Alcance
|
560 km
| |||
Turbinas
|
2 x LHTEC T-800, com empuxo unitário de 1.335 hp
| |||
Armamentos
|
Canhão de 3 canos cal. 20mm,
mísseis TOW, Hellfire ou Sidewinder, e foguetes de 70mm ou 81mm |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.