domingo, 15 de abril de 2018

Paraquedista belga



Atuação: Congo - 1964

Quando a colônia belga do Congo (hoje Zaire) tornou-se independente, em 30 de junho de 1960, parecia ser o fim do curto período imperialista da Bélgica na África e seu Exército estaria voltado para a defesa da Europa, no contexto da OTAN. Mas em julho de 1961, quando o país africano entrou em colapso, mais de 10.000 soldados belgas foram enviados para proteger interesses comerciais e pessoas, especialmente na província de Catanga.
A presença das tropas se prolongou até 1964, mas sua retirada foi apenas temporária, pois no fim daquele mesmo ano nova crise balançou o governo do Congo e outra intervenção se fez necessária, desta vez na província de Kivu, onde forças rebeldes sob o comando do general Nicholas Olenga tomaram a cidade de Kisangane, aprisionando cerca de mil civis estrangeiros (incluindo trinta americanos e seiscentos belgas) e mantendo-os como reféns. Envolvido no conflito do Vietnã, os Estados Unidos preferiram não atuar diretamente em uma missão de resgate, mas cedeu aviões de transporte e elaborou um plano conjunto com a Bélgica.
A operação, codinome Dragão Vermelho, previa uma ação rápida do tipo "entrada-saída", com emprego de dois batalhões do Regimento de paraquedistas belga (seiscentos homens), coordenado com um ataque terrestre de forças congolesas. Às 6h do dia 24 de agosto, 320 homens saltaram sobre um campo de golfe em Kisangane e os integrantes da 11ª Companhia dirigiram-se à cidade para efetuar o resgate. Quando se aproximavam do local os rebeldes em pânico abriram fogo e trinta reféns foram mortos e quarenta ficaram feridos.
Mas as 11h a cidade estada retomada e 250 europeus resgatados. Até a retirada belga do Congo, quase 2.000 reféns foram libertados em operações semelhantes, com a perda de apenas três paraquedistas, o que para um exército com pouca experiência de combate pode ser considerado um excelente resultado. Essa capacidade de intervenção foi de novo posta em prática em maio de 1978, quando os belgas lançaram seus paraquedistas, auxiliados por forças francesas, para resgatar reféns em Shaba.
Este homem pertence ao 1º Batalhão do Regimento de paraquedistas, conforme indicam a sua boina marron e a insígnia britânica do SAS, em comemoração à primeira companhia belga a se incorporar a ele durante a Segunda Guerra Mundial. As passadeiras dos ombros têm as cores dos paraquedistas (marron e azul-celeste) e a estrela de prata indica que este é um suboficial. O uniforme revela a influência britânica e, nesse caso, a túnica segue o estilo Denison e o cinturão é do padrão 1937. Está armado com fuzil belga FN FAL, de 7.62 mm, que tem uma versão de coronha dobrada para uso específico desta tropa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.