domingo, 15 de abril de 2018

Gurkha Rifles - Índia



Segunda Guerra Mundial
Atuação: Monte Cassino, Itália - 1944

Ao iniciar os combates no extremo Oriente em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, as tropas do Exército indiano não por acaso utilizavam o mesmo tipo de uniforme de seus compatriotas que lutavam no Oriente Médio: composição na cor cáqui, em algodão para melhor suportar as altas temperaturas. Este vestuário também era usado pelas tropas que serviam na própria Índia e por aquelas que serviam ao longo da fronteira indo-burmanesa. Um item que sofreu uma significante mudança foi a cobertura da cabeça. Os diversos tipos existentes, como os quepes pontiagudos, quepes de serviço utilizados pelos oficiais britânicos ou os tradicionais turbantes dos soldados gurkhas e indianos, deram lugar a uma boina simples, embora os demais ainda fossem permitidos em ocasiões cerimoniais. O combatente ilustrado aqui é um cabo do 9º Gurkha Rifles, unidade pertencente à 11ª Divisão Indiana.
Um componente interessante de seu uniforme é a bermuda cáqui (apelidada de "Bombay Bloomers"), extremamente confortável e que permite melhor mobilidade em regiões áridas. O cinturão padrão 1937 possui bolsas especiais para cartuchos extras para sua metralhadora Thompson M1928 (calibre .45, com cadência de fogo de 675 tiros/minuto, pentes para 20, 30, 50 ou 100 projéteis e alcance efetivo de 200 metros) e uma bolsa maior para guardar um binóculos. A sua origem Gurkha é indicada pela lendária adaga em forma curva, a kukri, guardada em sua bainha no cinturão e pela faixa de tecido comprimida (puggaree), no quepe, com o distintivo verde dos Gurkhas Rifles no lado direito. Os destemidos guerreiros ghurkas, conhecidos por sua bravura em combate, têm feito parte do Exército britânico desde o século dezenove e serviram em diversos teatros de operação, lutando com particular distinção no Norte da África, durante a campanha da Itália, especialmente em Monte Cassino e no Sudoeste da Ásia. Devemos lembrar que durante a guerra a Índia pertencia ao Império Britânico (sua independência se deu em 1948) e suas tropas serviam sob o comando de oficiais ingleses. Porém eles sempre foram considerados um reforço muito bem vindo para qualquer força Aliada.
No início de 1944, um antigo convento no alto do Monte Cassino, na Itália, que cortava a linha de defesa alemã na região, era alvo de pesados ataques. Os Aliados fizeram um assalto frontal à quase inexpugnável posição no dia 17 de janeiro, mas a totalidade dos ataques falhou. O Corpo Expedicionário Francês se juntou às forças aliadas mas obtiveram apenas avanços limitados em algumas áreas, com pesadas baixas. O Corpo de Exército da Nova Zelândia também sofreu similares reveses entre os dias 15 e 18 de fevereiro. Um longo hiato se seguiu à primeira ofensiva, durante o qual os Aliados se reagruparam e se reforçaram para um novo esforço, lançado em 11 de maio ao longo de um front de 32 km, compreendido entre a área leste do monte e o litoral. O X Corpo de Exército britânico, do qual fazia parte o 9º Gurkhas Rifles, avançou sobre a parte mais sul da linha inimiga, mas foi contido pelos alemães.
Os americanos romperam a linha ao longo da costa, avançando até a cidade de Santa Maria Infante. Foram os franceses que cruzaram o rio Garigliano, cortaram as linhas de comunicação e impediram a chegada de suprimentos às tropas alemães. Com o cansaço de seus homens e a escassez de alimentos e munições, o General Kesselring não teve outra alternativa a não ser ordenar uma retirada em 17 de maio, abandonando a posição no alto do monte Cassino, tão arduamente defendida nos meses anteriores. Dentro do histórico convento haviam sido escavados diversos túneis e redutos para ajudar a proteger seus defensores alemães dos pesados bombardeios aliados e agora estava reduzido a escombros, tendo a sua retomada custado muitas vidas.

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