Período
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1980 - 1988
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Área do conflito
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Oriente Médio
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Protagonistas
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Irã e Iraque
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Histórico
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A animosidade entre o Irã e o Iraque é antiga e em 17 de setembro de 1980, Saddam Hussein usou uma antiga disputa de fronteiras, sobre a posse do canal de Shatt-al-Arab, como pretexto para invadir o país vizinho. Sua real intenção era enfraquecer o poder do Irã para que seu fervor fundamentalista deixasse de ser uma ameaça ao seu domínio pessoal no Iraque. As Forças Armadas iranianas tinham armamentos modernos comprados na época do Xá, mas a revolução do aiatolá Khomeini expurgou os oficiais profissionais e os substituiu por voluntários fanáticos mal treinados e inexperientes. Por outro lado as Forças Armadas iraquianas haviam se reequipado e com a ajuda dos soviéticos vinham treinando modernas táticas conjugadas de combate. A ofensiva começou com ataques aéreos contra aeroportos iranianos e baterias de radar da defesa aérea, sem muita efetividade. Em terra o Exército iraquiano lançou seis de suas doze divisões de infantaria contra as cidades de Qasr-Shirin, Khorramshahr, Ahu, Susangard e Dehloran que foram tomadas rapidamente, e em poucos dias se apoderou de uma faixa de 50 km de largura em território do Irã. Os iranianos recuaram para uma posição defensiva e ao longo de 1981 se fortaleceram para organizar um contra-ataque. No verão de 1982, em uma estratégia audaciosa chamada Operação Ramadan, ondas humanas de fanáticos avançaram até as linhas inimigas, saltando sobre campos minados e sob o fogo de artilharia, com dezenas de milhares de baixas, que não conseguiram abalar as defesas iraquianas. Em fevereiro de 1983 os iranianos lançaram poderosa ofensiva em toda a frente de combate, rompendo a defesa inimiga numa das vias de acesso a Bagdá, mas não puderam aproveitar essa vantagem pois suas tropas reservas estavam esgotadas e sofreram cerrados ataques da Força Aérea do Iraque e de forças blindadas que defendiam a capital. Neste ano calcula-se que as baixas do Irã foram de 150 mil homens e do Iraque de 75 mil homens. Na primavera de 1984 os iranianos lançaram a Operação Amanhecer V, com mais de 500.000 homens, na região pantanosa ao norte de Basra, mas um contra-ataque iraquiano com divisões blindadas empurrou-os para o deserto, onde foram contidos. O Iraque lançou uma campanha aérea contra a infra-estrutura petrolífera iraniana, destruindo um importante terminal na ilha de Kharg e todos os navios-tanque que chegassem ou saíssem do país, deixando em alerta os EUA e países europeus, preocupados com seus interesses comerciais na região. Em março de 1984, os iranianos atacaram pelos pantânos perto de Qurnah, mas comandos iraquianos voaram de helicóptero até estas posições e dizimaram a infantaria inimiga na batalha de Majnoon. No ano seguinte as forças do Irã atacaram pelo sul, atravessando o canal de Shatt-al-Arab e retomaram a península de Faw, enfrentando e vencendo a Guarda Republicana, tropa de elite de Saddam. No norte os iranianos avançaram sobre o importante centro petrolífero de Kirkuk e os iraquianos reagiram lançando gás de nervos e gás mostarda sobre o inimigo. Em 1987 após ter a fragata USS Stark atingida por engano por um míssil Exocet do Iraque e a USS Samuel Roberts atingida por minas do Irã no Golfo, os EUA lançaram a Operação Louva-Deus alvejando instalações petrolíferas do iranianas e dizimando sua pequena Marinha, fazendo pender a balança da guerra a favor do Iraque. Na Batalha das Cidades, o Irã disparou mais de sessenta mísseis Scud contra o Iraque, que revidou com mais de duzentos desses mísseis. Em 17 de abril de 1988, Saddam lançou uma poderosa força, de mais de um milhão de homens, incluindo a Guarda Republicana e tropas do Exército totalmente remodeladas e reequipadas após o desastre da península de Faw, numa ofensiva terrestre final, envolvendo blindados, infantaria, artilharia e helicópteros. Bem conduzida, incluiu o ataque de dois Corpos de Exército avançando de norte para sul, acompanhada de um ataque anfíbio através do canal, na retaguarda iraniana, provocando a fuga em massa do inimigo. Em maio o Exército iraquiano desfechou um ataque frontal sobre posições iranianas próximas ao Lago dos Peixes, esmagando-as e mostrando uma flexibilidade operacional incomum. O terceiro grande combate ocorreu ao norte da península, onde a Guarda Republicana comandou uma clássica manobra de cerco, isolando soldados iranianos e matando-os sistematicamente, capturando milhares de prisioneiros. Em quatro meses e cinco rápidas e decisivas batalhas o Exército do Iraque havia marchado 1.100 km do sul ao norte, avançando bastante em território do Irã. Estabelecido um equilíbrio de forças e desgastados por oito anos de conflito com milhares de mortos, os dois lados pediram uma trégua e sentaram-se para discutir suas diferenças.
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Forças envolvidas
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Irã: Diversas divisões de infantaria e divisões blindadas; caças F-14 Tomcat, F-4E Phantom e helicópteros de ataque AH-1 Cobra; tanques M-60 e Chieftain.
Iraque: Diversas divisões de infantaria e divisões blindadas; caças Mig-21, F-6 e F-7 (fabricados na China) e helicópteros de ataque Mil Mi-24; tanques russos T-55 e T-72.
Baixas humanas: cerca de 1.000.000 de mortos e 1.500.000 de feridos de ambos os lados.
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Principais batalhas
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Batalha de Majnoon, retomada da península de Faw, ataque a Kirkuk, Batalha das Cidades e a campanha final iraquiana Tawakalna Ala Allah.
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Resultado final
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Apesar de manter sua revolução intacta, o Irã saiu bastante enfraquecido do conflito. A balança militar do Oriente Médio pendera decisivamente para o lado do Iraque, cujo grande número de tanques, artilharia, aviões de combate e homens em armas deu a Saddam a maior força militar da região. Sentindo-se fortalecido ele iria voltar suas atenções belicistas para outros vizinhos no Golfo Pérsico.
Custo total estimado: US$ 150 bilhões |
domingo, 15 de abril de 2018
Guerra Irã - Iraque
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