
O Sabre de Abordagem é outra arma de uso bem antigo na marinha, provavelmente com um tipo mais específico, devido as características do seu uso naval. Os exemplares conhecidos na Europa normalmente têm uma guarda grande, servindo para proteger a mão do combatente (que não usava armaduras), sendo que esta guarda muitas vezes é de latão, para diminuir os efeitos da oxidação causada pelo ar marinho. A lâmina é sempre curta, para não dificultar a esgrima nos espaços apertados de um navio e, normalmente, têm uma certa espessura, para poder ser usada para cortar cordas, etc, como a machadinha. Além disso, tem usualmente uma certa curvatura, para aumentar a eficiência dos golpes de gume. Os regulamentos da Marinha do século XIX previam o uso de sabres de abordagem por dois terços da tripulação de todos os navios de guerra.
O chuço de abordagem é uma pequena lança (no máximo com dois metros e meio de comprimento), usado nos navios desde as épocas mais antigas, pois, além de ser uma arma comum em terra (a lança de infantaria), também era baseado em uma ferramenta de uso diário a bordo, o croque. Durante o Império, os regulamentos militares previam o uso de chuços por um sexto das tripulações dos navios, sendo que um manual mais tardio especificava que os porta-cartuchos (serventes dos canhões que transportavam a munição dos paióis para a peça) seriam armados com eles, em caso de abordagem.
Uma arma de fogo desenvolvida especificamente para uso a bordo era o chamado Bacamarte de Amurada. Era de grande calibre, pois seu objetivo era espalhar uma carga de chumbo grosso (de 20 a 40 balins de cerca de 10 mm de diâmetro) contra massas de tropas. Devido a esta poderosa carga, era uma arma muito pesada, havendo exemplares com 15 quilos ou mais de peso. Por causa desse peso a arma chamava-se “de amurada”, pois tinha um espigão central, sobre o qual ela era colocada na amurada de navios, em furos existentes, pois o seu disparo do ombro do atirador era impossível. Apesar da lenda popular atribuir o fato da boca alargada do bacamarte se destinar a espalhar o tiro, isso é incorreto, pois a abertura maior ou menor da boca não fazia diferença na dispersão do fogo. Na verdade, a boca mais larga destinava-se a facilitar o carregamento da arma nas gáveas de um navio, locais problemáticos levando-se em conta o balanço do navio e a tensão do combate. Os manuais da Marinha Brasileira ainda determinavam, em 1857, que cada navio, dependendo da classe, fosse equipado com bacamartes, indo de 8 para cada nau até dois nas barcas. Seu uso continuou até a década de 1870, sendo que posteriormente foram substituídos pelas metralhadoras na mesma função.
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