sábado, 12 de outubro de 2019

11.º Batalhão de Infantaria de Montanha

11.º Batalhão de Infantaria de Montanha

11º Batalhão de Infantaria de Montanha
11bimth.gif
Estado Minas Gerais
Subordinação4.ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha)
Sigla11º BI Mth
Sede
EndereçoLadeira Tenente Villas Boas, s/n - Centro
11º Batalhão de Infantaria de Montanha (11º BI Mth ) é uma unidade do Exército Brasileiro, especializada em combate em ambiente de montanha, aprimorando e desenvolvendo técnicas especiais de operações em montanha e utilizando-se de equipamentos e armamentos específicos a este teatro de operações, já se consolidou ao longo dos anos como uma das tropas de elite do Exército, e inclusive multiplicando suas técnicas especiais a outras unidades militares brasileiras, que vão frequentar seus cursos e estágios, auxilia o treinamento das unidades integrantes da Força de Ação Rápida Estratégica do Exército, tais como a Brigada de Operações EspeciaisBrigada de Infantaria Paraquedista e a 12.ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel). Também multiplica suas técnicas de operações em montanha a outras unidades de elite da Marinha e da Força Aérea, bem como a unidades especiais das Forças Auxiliares, como o Batalhão de Operações Policiais Especiais da PMERJ. Localizada em São João del Rei, no estado de Minas Gerais, está subordinado a 4.ª Brigada de Infantaria Leve (Montanha), sediada em Juiz de Fora.

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

A unidade remonta a 1888, criada em Rio Pardo, na então Província do Rio Grande do Sul, como 28º Batalhão de Infantaria.
À época da República Velha, serviu na Campanha de Canudos, no sertão da Bahia, tendo sido transferida, ao retornar, para São João del Rei em 1897.
Em 1909, passou a ser denominada como 51º Batalhão de Caçadores e, em 1920, recebendo o reforço do 54º Batalhão de Caçadores, se estruturou como 11º Regimento de Infantaria.

O Onze[editar | editar código-fonte]

Do passado remoto e recente do 11º BI Mth extraem-se episódios marcantes, entre os quais se destacam:
  • participação efetiva na Campanha de Canudos, na Guerra do Contestado, nas Revoluções de 192419301932 e Golpe Militar de 1964;
  • participação na Segunda Guerra Mundial, como integrante da Força Expedicionária Brasileira, quando atuou em todas as batalhas, culminando com a glória maior da conquista de Montese - o mais sangrento combate de que participou a tropa brasileira naquele conflito.Cabe ressaltar a sua recente participação em Missão de Paz da ONU, com uma expressiva representação de 147 militares, que integraram o Batalhão de Força de Paz em Angola, no período de fevereiro a agosto de 1996.
    Atualmente, o "Onze" é a referência do montanhismo militar no Exército Brasileiro, única unidade a desenvolver as técnicas e as táticas do combate em terreno montanhoso.

    O Montanhismo Militar[editar | editar código-fonte]

    Em face da missão recebida do Estado-Maior do Exército (EME), em 1997, o 11º BI Mth transformou-se na Unidade pioneira do montanhismo militar do Exército Brasileiro para a aplicação e para o desenvolvimento das técnicas exigidas pela especialização.
    O Batalhão serve de organização experimental para a aplicação da doutrina de operações em montanha. Assim, tem participado de intercâmbios de instrução na América do Sul, nos Estados Unidos da América e na Europa, enviando oficiais e sargentos para a aquisição e o aperfeiçoamento de novas técnicas de montanhismo.
    Fruto dessa especialização, o 11º BI Mth transformou-se em Unidade-Escola.
    Atualmente, desenvolve os seguintes estágios ministrados pela Seção de Instrução de Montanhismo (SIM) aos militares da tropa de montanha e tropas especiais do Exército, Marinha, Força Aérea e Forças Auxiliares de diversos estados.
    • Estágio Básico do Combatente de Montanha
    • Estágio de Auxiliar de Guia de Cordada
    • Curso Básico de Montanhismo
    • Curso Avançado de Montanhismo
    Como Unidade peculiar que se tornou, o 11º BI Mth passou a apoiar diversos pedidos de cooperação de instrução das diversas escolas de formação e aperfeiçoamento do Exército, tanto para as aplicações das técnicas de montanhismo, quanto para a realização de exercícios táticos na região de montanha de São João del-Rei.
    Na busca incessante do seu aperfeiçoamento, o Batalhão procurou adquirir equipamentos dos mais modernos para a atividade de montanhismo. Atualmente, a sua Seção de Intrução de Montanhismo está dotada com material suficiente para equipar um Batalhão de Infantaria de Montanha, de modo a torná-la capaz de atuar em operações ofensivas e defensivas, em terreno montanhoso.

    O Onze na Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

    A participação do "Onze" na Segunda Guerra Mundial foi, sem dúvida, o capítulo mais importante em sua rica história.
    Como destaque tem-se a conquista da localidade de Montese, situada em terreno montanhoso e fortemente defendida pelos alemães como último baluarte a barrar o avanço das tropas aliadas na direção do Vale do Pó. No dia 14 de Abril de 1945, o maciço de Montese transformou-se no palco da mais árdua e sangrenta batalha das armas brasileiras na Itália, no dizer do próprio Comandante da FEB, Marechal Mascarenhas de Morais. Tendo o onze como esforço principal do ataque combatendo em densos campos de minas e sob o fogo cerrado das metralhadoras alemãs, o 11º RI consagrou-se para sempre ao conquistar heroicamente Montese.
    A tenacidade, o ardor combativo e as qualidades morais e profissionais dos brasileiros foi demonstrando quando um pelotão do 11º RI foi o primeiro a entrar na cidade de Montese, avançando com raro espírito ofensivo, infiltrou-se nas linhas inimigas, penetrando no objetivo, sob os fogos da Infantaria e Artilharia do Inimigo, transpondo caminhos desenfiados, neutralizando campos minados, assegurando, posteriormente, para a Divisão Brasileira, a posse definitiva dessa importante posição alemã dentro do contexto da guerra. Neste combate houve uma homenagem prestada pelos alemães a três soldados brasileiros que, em missão de patrulha, não se sabe a história correta, mas constatou-se que ao se depararem com uma patrulha alemã, tendo recebido ordem para se renderem, atiraram-se ao chão e abriram fogo contra o inimigo, até acabar a munição. Não satisfeitos, armaram suas baionetas e avançaram contra a Companhia, perecendo face à superioridade numérica do inimigo. Como reconhecimento à bravura e à coragem daqueles soldados, os alemães os enterraram em covas rasas e, junto às sepulturas, colocaram uma cruz com a inscrição "DREI BRASILIANISCHEN HELDEN" (Três Heróis Brasileiros). Em homenagem a eles - Arlindo Lúcio da SilvaGeraldo Baeta da Cruz e Geraldo Rodrigues de Souza -, existe no pátio de formatura do Batalhão um monumento que os reverencia.[1][2]
    A canção Smoking Snakes, do sétimo álbum da banda sueca de heavy metal Sabaton, Heroes, é uma homenagem a estes herois, e tem versos cantados em português (como “Cobras fumantes, eterna é sua vitória!).[3]

    Cursos e Estágios[editar | editar código-fonte]

    • Estágio Básico do Combatente de Montanha
    Estágio destinado aos militares sem nenhuma experiência na atividade onde são ensinadas as técnicas básicas de montanhismo para habilitá-los a operar neste tipo de ambiente. Duração de cinco dias.
    • Estágio de Auxiliar de Guia de Cordada
    Destinado a cabos e soldados da tropa de montanha. O Auxiliar de Guia de Cordada auxilia o oficial e sargento Guia de Cordada nas funções que lhe são peculiares, montando vias equipadas e sistemas de resgate. Duração de 2 (duas) semanas.
    • Curso Básico de Montanhismo
    Curso que forma o especialista nas técnicas do montanhismo militar, o "Guia de Cordada". Destinado a oficiais e sargentos de carreira das Forças Armadas, Forças Auxiliares e policiais civis, militares e federais. O Guia de Cordada está apto a realizar escaladas livres, equipar vias para transposição da tropa, montar sistemas de resgate e guiar tropa especializada um ambiente montanhoso. Duração de 6 (seis) semanas.
    • Curso Avançado de Montanhismo
    Curso que forma o assessor do comandante tático para as operações em montanha, o "Guia de Montanha". É um curso de extensão destinado aos possuidores do Curso Básico de Montanhismo. O Guia de Montanha está apto a realizar escaladas artificiais, guiar tropa de qualquer natureza e cumprir missões de reconhecimentos especializados em um ambiente montanhoso. Duração de 9 (nove) semanas.

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