domingo, 15 de abril de 2018

Soldado da Infantaria - Japão



Segunda Guerra Mundial
Atuação: Iwo Jima - 1945

Este soldado do Exército Imperial japonês está usando o típico uniforme de algodão cáqui, comum aos soldados japoneses que combatiam nos teatros de operação tropicais na região do Pacífico, durante a Segunda Guerra Muundial. Contudo, ele está sem a jaqueta cáqui modelo M90 que tinha golas dobradas, a parte frontal com duas fileiras de seis botões cada e bolsos nas laterais, introduzidas em 1938 em substituição às jaquetas de gola alta rígida, pois devido às altas temperaturas a que estavam submetidos era incomum vê-los vestindo as jaquetas no ambiente operacional. Este modelo de uniforme foi adotado logo após o fim da Primeira Guerra, e nos anos seguintes foram feitos os devidos ajustes para adaptá-lo às condições climáticas do Extremo Oriente. As calças eram geralmente limitadas à altura dos joelhos e a parte inferior da perna era coberta com fitas cáqui enroladas até os tornozelos, muito úteis na proteção contra as picadas de insetos que infestavam as selvas tropicais da Ásia. Calçavam então botas de couro de cano curto, chamadas tabi. Como proteção para a cabeça ele usa o quepe de campanha padrão do exército japonês, com uma alça de couro marrom para prendê-lo ao queixo e uma proteção em tecido para o sol escaldante da região na parte posterior, que podia ser removida pelo combatente. Na parte da frente do quepe havia uma estrela de cinco pontas. No transcorrer da guerra, estes quepes eram feitos com diferentes tipos de materiais, incluindo palha, enquanto outros eram pintados para fins de camuflagem e cobertos com pequenos gravetos para disfarçar seu contorno. Este quepe podia ser usado por baixo do capacete circular de aço, o qual era pintado na cor mostarda e também tinha uma estrela amarela de cinco pontas na sua parte frontal. Sua arma principal é o rifle Arisaka Mod.99, calibre 7.7 mm com carregador para cinco cartuchos, cujas diversas versões tiveram mais de 10 milhões de unidades fabricadas entre 1897 e 1945.
A coragem e a disposição de combater até a morte, características do soldado do Exército Imperial japonês durante todo o conflito, oriundas dos valores de uma cultura milenar e de uma devoção cega ao Imperador Hiroito, em nenhuma outra batalha foi tão colocada à prova quanto na que se travou pela conquista da ilha de Iwo Jima. A guerra entrava em seu quarto ano e os americanos estavam resignados que uma vitória final só seria alcançada com a invasão das ilhas do território do Japão. E para que seus bombardeiros pudessem alcançá-las seria necessário conquistar aeródromos ao longo do caminho. Nesse ponto, a ilha de Iwo Jima era estratégica para os Aliados. Situada a cerca de 1.060 km de Tóquio, tinha escassos 8 km de comprimento por 7,2 km em sua parte mais larga, e em sua ponta sul se erguia o monte Suribachi, com 170 metros, de onde se dominava a maior parte da ilha. A despeito de sua aparente pouca importância militar, Iwo Jima havia sido transformada em uma verdadeira fortaleza pelos mais de 25.000 soldados japoneses ali instalados sob o comando do general Kuribayashi.Ao longo de toda a ilha os japoneses haviam construído um labirinto de túneis, bunkers, ninhos de metralhadoras, bases para artilharia e buracos suficientes para apenas um homem. Muitas das metralhadoras estavam posicionadas com a sobreposição de suas áreas de alcance de tiro, em locais reforçados com aço, concreto e sacos de areia, que poderiam absorver as ondas de choque dos bombardeamentos americanos pré-invasão. E o planejamento do desembarque já estava pronto: a 4ª e a 5ª Divisões de Marines, tendo a 3ª Divisão como reserva, totalizando uma força com mas de 40.000 homens, tomariam de assalto as praias ao sul de Iwo Jima. Partindo dali, eles isolariam e capturariam o monte Suribachi, liberando seu caminho através da ilha, conquistando os aeródromos e subjulgando os bolsões da resistência japonesa. Pelo menos assim imaginavam. Na manhã de 19 de fevereiro de 1945, os fuzileiros americanos atacaram as praias. Por longos vinte minutos não houve qualquer reação por parte dos defensores japoneses. Kuribayashi havia instruído seus soldados a matarem pelo menos 10 americanos antes de se suicidarem pelo Imperador e que só abrissem fogo quando as praias estivessem lotadas de soldados inimigos e equipamentos desembarcados.
Como o estrondo de um trovão, o silêncio macabro foi quebrado. Então balas e bombas japonesas começaram a "chover" sobre os americanos, infringindo pesadas baixas. Para piorar ainda mais a situação, a areia negra de origem vulcânica das praias dificultava sobremaneira o avanço das tropas e impedia o progresso dos veículos. Contudo, os fuzileiros bravamente controlaram o fogo inimigo e procuraram isolar o monte Suribachi no primeiro dia. Em seguida abriram caminho da base do extinto vulcão e iniciaram uma árdua escalada. A parte alta do monte estava longe de ser um lugar seguro, mas em 23 de fevereiro uma patrulha conseguiu chegar ao topo e triunfandemente hasteou uma bandeira dos Estados Unidos, em uma cena que ficou imortalizada pelas lentes do fotógrafo Joe Rosenthal, tornando-se uma das fotos mais famosas e emblemáticas do Século XX. Embora este feito tenha levantado o moral das tropas, mais de um mês de combates encarniçados ainda estava por vir. O progresso no terreno era medido em metros. Os fuzileiros americanos rastejavam no solo arenoso para poder lançar granadas e sacolas com explosivos nas fendas dos bunkers ou nas bocas das cavernas. Os japoneses resistiam se movimentando pelas redes de túneis, lutando tenazmente e infringindo pesadas perdas aos Aliados. Lança-chamas queimavam os defensores vivos, obrigando-os a sair de suas posições entrincheiradas ou os imolando quando se levantavam. Algumas cavernas foram seladas com explosivos queimando todos que estivessem dentro. Ainda assim era difícil quebrar o ímpeto dos bravos soldados do Exército Imperial. Por diversa vezes, os japoneses prendiam cargas explosivas junto ao corpo e se lançavam contra os bem protegidos fuzileiros, detonando-as em um ataque suicida do último homem que restou naquela linha defensiva. Em 26 de março, após 36 dias de combates desgastantes, Iwo Jima foi finalmente declarada segura. As posições fortificadas japonesas na ilha foram virtualmente dizimadas. Os fuzileiros capturaram apenas 216 prisioneiros, já que os soldados japoneses preferiam lutar até a morte ou mesmo se suicidar a se render ao inimigo. O corpo do general Kuribayashi nunca foi encontrado, e acredita-se que ele possa ter cometido suicídio ou que tenha sido morto enquanto liderava um desesperado ataque final. Os americanos perderam mais de 6.800 homens mortos e mais de 17.000 feridos, mas os objetivos da "Operação Detachment" haviam sido alcançados. Porém a custo muito alto para os Aliados que encontraram pela frente um inimigo determinado, capaz do sacrifício supremo em defesa da nação do Sol Nascente.

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