terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Boeing Model 256 - F4B-4

História e Desenvolvimento. 


Em 1928 a Boeing Aircraft Corporation se encontrava na fase final do desenvolvimento de um novo caça embarcado que fora projetado com recursos próprios com objetivo de substituir os então obsoletos caças F2B e F3B em serviço na United States Navy (USN) e o Boeing PW-9 pertencentes ao United States Army Air Corps (USAAC). Dois protótipos foram construídos do novo caça recebendo a designação de Boeing Model 83 e Boeing Model 89, com primeiro realizando seu voo em 25 de junho de 1928 e o segundo em 7 de agosto do mesmo ano. Durante as avaliações realizadas pela USN e USAAC foram aferidas no Boeing Model 83 características positivas de desempenho e manobrabilidade, levando a formalização de uma encomenda inicial de 27 exemplares que passaram a ser designados como F4B-1 e passariam a ser os modelos mais avançados em serviço até então.

O Boeing Model 89 também foi exaustivamente analisado pelo Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC) e com base nos resultados obtidos e em consonância também com os laudos fornecidos pela USN sobre o Model 83 permitiram a primeira encomenda em 07 de novembro de 1928, de dez aeronaves que viriam a receber a denominação de P-12. Estas aeronaves foram destinadas a voos de avaliação e adaptação que foram realizadas pelo corpo técnico do exército americano, resultando em um novo contato de aquisição 90 unidades da nova versão P-12B em 10 de junho do ano de 1929.
As primeiras células foram entregues a entre junho e agosto de 1929, recebendo a designação F4B-1, seu emprego embarcado determinou pequenas alterações, como inclusão de roda traseira para manobra, cobertura do motor e outras que gerariam a versão F4B-1, o modelo P-12 começou a ser entregue a partir de 12 de maio de 1930, sendo distribuído as unidades de primeira linha, entre elas o 17th, 34th, 73th e 95th Pursuit Group que estavam baseados emt March Field, na Califórnia. As operações iniciais apontaram oportunidades de melhoria que seriam concretizadas com a encomenda de mais 131 unidades da versão P-12C, onde foram entregues 96 unidades, e as 35 restantes configuradas em uma nova evolução denominada P-12D. A partir desta versão, houve um upgrade das células já produzidas para a versão P-12E (Boeing Model 234 ou F-4B-4 na Marinha Americana). 

Seu armamento consistia de duas metralhadoras Colt Browning de 0.30 polegadas instaladas na parte superior do nariz, atirando sincronizadas com a hélice e dispunha também de dois suportes subalares para emprego de bombas de até 52 kg, podiam ainda ser equipados com um tanque de combustível suplementar ventral que permitia estender sua autonomia de voo para até 1.000 km. Entre janeiro e maio de 1931, 46 aeronaves foram destinadas aos porta aviões USS Saratoga (CV-3) para operarem junto ao  Esquadrão VF-6B e  USS Lexington (CV-2) e ao Esquadrão VF-5B. Em abril de 1931, a Marinha solicitou 21 novos F4B-3s,  que foram entregue em dezembro de 1931 e janeiro de 1932. Em julho do mesmo ano foram recebidos 92 aeronaves agora da versão F4B-4, neste mesmo periodo seriam ainda entregue 21 células ao Corpo de Fuzileiros Navais.
Infelizmente os avanços aeronáuticos implementados a partir da última metade da década de 1930 relegaram o modelo a obsolescência, sendo relegado a missões de treinamento no continente americano operando com o  Five Squadron sediado na base aeronaval de Pensacola na Florida. Foram produzidos 187 Boeing F4B em todas as suas variantes destinadas a USN e ao Marine Corps, com 33 células construídas para exportação que receberiam a designação de Model 256 que operaram no Brasil, Espanha, China, Filipinas,e  Tailândia. Na Marinha Americana o modelo foi substituído pelas primeira versões do Grumman F-4F Wild Cat a partir de 1939

Emprego no Brasil. 

A Revolução Constitucionalista de 1932 evidenciou que as forças militares brasileiras não dispunham de meios aéreos de combate adequados a realidade do cenário bélico da época, gerando assim a necessidade emergencial de renovação da frota de aeronaves de caça, esta demanda seria atendida a partir de fins do mesmo ano, quando foram adquiridas 14 células novas de fábrica do Boeing Model 256 , sendo esta variante idêntica aos F-4B-4 operados pela aviação naval da Marinha Americana. Estas aeronaves foram distribuídas na ordem de seis células para a Aviação Naval e oito para a Aviação Militar.

Na Marinha tais aparelhos foram designados como C1B-33 á C1B-38, portando os símbolos de identificação das flotilhas de 1-C-1 á 1-C-6 (sendo 1 = 1º Divisão  , C = Caça e 1 a 6 o número individual de cada aeronave). Os novos aviões foram destinados a 1º Divisão de Aviões de Combate, que fora criada em 02 de janeiro de 1933 na base aérea do Galeão no Rio de Janeiro. Em 1934 em decorrência da Guerra do Chaco entre Paraguai e Bolívia, quatro aeronaves foram deslocadas para a fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, ficando baseados na Base Naval de Ladário (atual Mato Grosso do Sul), de onde realizaram missões de patrulha e defesa aérea das regiões de fronteira.
Em 1935 os aparelhos remanescentes foram subordinados ao recém-criado Grupo de Observação de Combate, tendo sua identificação alterada, novamente em novembro do mesmo ano as aeronaves passaram a integrar o Grupo Misto de de Aviação Naval dentro da estrutura da 1º Flotilha de Aviões de Combate, onde permaneceram até janeiro de 1941, quando as duas últimas células operacionais foram incorporadas a Força Aérea Brasileira, recebendo as matriculas FAB-01 e FAB-02.

As oito unidades destinada a Aviação Militar foram destinadas a equipar o 1º Grupo do 1º Regimento de Aviação (1ºRAv), baseado no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, no Exército estes aviões foram designados como P-12, empregando inicialmente como matriculas os números de série de fabricação, adotando depois as matriculas de 1-100 a 1-106, tendo em vista que uma aeronave já havia sido perdida em acidente. Em 1939 as cinco células remanescentes foram transferidas para o 2º Grupo do 5º Regimento de Aviação (5ºRAv) baseado em Curitiba no Paraná, onde operam até janeiro de 1941, quando então passaram para a FAB.

A criação da Força Aérea Brasileira em 20 de janeiro de 1941 assistiu a transferência das células remanescentes dos Boeing 256 da Aviação Militar e Aviação Naval, sendo todos concentrados no 5ºRAv em Curitiba, e em 03 de dezembro de 1945 foram declarados obsoletos , sendo desativados entre 1946 e 1949.

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